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Sedentarismo e má alimentação aumentam índice de obesidade no Brasil

Um dos fatores de risco da covid-19, a obesidade cresceu 72% no Brasil entre 2006 e 2019. De acordo com o Vigitel, do sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis do Ministério da Saúde, a porcentagem de brasileiros obesos passou de 11,8%, no início do período, para 20,9% no ano passado. Ou seja, dois a cada dez brasileiros hoje sofrem com esse problema.

E a tendência é que esse número continue crescendo, segundo Wolney Lisboa Conde, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. Podemos atribuir tal fenômeno ao “crescimento dos fatores que impulsionam a obesidade: o sedentarismo está aumentando, a atividade física, sobretudo a voltada para o lazer, não alcança grande parte da população, e a alimentação tem sistematicamente piorado”, aponta o especialista em nutrição.

O dado se torna ainda mais preocupante quando se leva em conta pesquisas realizadas por instituições renomadas como a Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e o Instituto Lille Pasteur, na França, que apontaram que a obesidade é a condição crônica que mais leva pessoas a serem hospitalizadas pelo novo coronavírus. Conde explica tal associação:

“O aumento do tecido adiposo que ocorre com a obesidade fragiliza funções do organismo, sobrecarrega funções cardíacas e pulmonares, que são os mais atingidos pela covid. Outra associação é o fato de que há maior obesidade em lugares em que os serviços de saúde são menos atuantes, e isso tanto permite que a população tenha uma alimentação não saudável quanto dificulta lidar com a pandemia”.

Em um momento de quarentena, em que os exercícios físicos foram limitados e a ansiedade da crise dificulta o controle da alimentação, escapar do sobrepeso é ainda mais difícil. Então, o professor Wolney Lisboa Conde deixa algumas dicas de como manter hábitos saudáveis em meio à pandemia:

“Busque alimentos saudáveis, os mais frescos possíveis. Aproveite que está em casa, com a em família, coma com seus parceiros, faça dessa alimentação um momento de prazer. E, sobretudo, coma menos: uma vez que as pessoas estão com movimentação restringida, gastando menos energia, elas podem consumir menos, mas sem perder o prazer de compartilhar esse momento com sua família.”

Fonte: Jorna da USP